BARÃO VERMELHO (LP)
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R3-026 - BARÃO VERMELHO
"É um disco sem muita qualidade técnica. Éramos inexperientes, em termos de estúdio, além de ter sido gravado às pressas. Porém, é um disco do qual todo o grupo gosta. Ele possui uma energia difícil de se captar em estúdio, além da nossa própria inocência. Todo mundo era muito novo”, explicava Frejat na revista Bizz em 1987, cinco anos após o Verão do Rock de 1982, quando “o rock deu uma blitz na MPB”, como definiu Gilberto Gil.
E não foi só Gil que sentiu o baque. Caetano Veloso também: “Nunca me esqueço de quando ouvi as primeiras gravações do disco inaugural do rockBrasil: Barão Vermelho. Até hoje sei a emoção que senti. Foi um impacto tão forte que esse álbum ficou para sempre como o meu favorito do novo rock brasileiro. A ousada gravação em poucos dias e o lançamento desse disco representam um dos acontecimentos mais luminosos e fecundos da música popular moderna do Brasil. Barão Vermelho é um dos discos do meu coração”.
Barão Vermelho, o disco, foi lançado em 27 de setembro de 1982, exatamente um dia após o lançamento do primeiro álbum da Blitz, As Aventuras da Blitz, que trazia o mega hit “Você não soube me amar”. Arthur Dapieve em seu livro BRock: o rock brasileiro dos anos 80, considera o Barão Vermelho o primeiro porta voz de sua geração e a primeira banda do BRock, o novo rock brasileiro que chegava ao disco naquele início de década. Segundo Dapieve, a espontaneidade era a maior qualidade do disco de estreia do Barão, onde cinco jovens aproximavam sua música de seus companheiros de faixa etária — algo que a Blitz não fazia, simplesmente por contar com músicos mais experientes.
Entre defeitos e virtudes, Barão Vermelho e seu “som polaroid”, como dizia o release oficial do álbum, captaram um momento mágico da juventude brasileira, uma galera que bradava por um Brasil colorido, livre das amarras da caretice e do governo militar, mas não obrigatoriamente mais feliz. Cazuza cantava o blues como ninguém da sua geração, escrevia em modo samba-canção e não se considerava um poeta, apenas um letrista para divertir o povo, abusando dos paradoxos entre a festa e a fossa. Seja matando a sede na saliva, ou transformando o tédio em melodia, o Barão Vermelho iniciou sua longa trajetória imortalizando todo amor que houver nessa vida.
Esta edição Rocinante/Três Selos é em vinil vermelho 180g e inclui duas faixas bônus, capa dupla, pôster A3, flyer, release, envelope com letras e texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.
Tracklist
Lado A
A1. Posando de star (Cazuza) 2:16
A2. Down em mim (Cazuza) 3:15
A3. Conto de fadas (Cazuza, Maurício Barros) 3:40
A4. Billy Negão (Cazuza, Guto Goffi, Maurício Barros) 3:23
A5. Certo dia na cidade (Cazuza, Guto Goffi, Maurício Barros) 4:43
Lado B
B1. Rock'n geral (Cazuza, Roberto Frejat) 2:43
B2. Ponto fraco (Cazuza, Roberto Frejat) 2:50
B3. Por aí (Cazuza, Roberto Frejat) 3:40
B4. Todo amor que houver nessa vida (Cazuza, Roberto Frejat) 2:16
B5. Bilhetinho azul (Cazuza, Roberto Frejat) 2:18
B6. Sorte e azar (Cazuza, Roberto Frejat) 2:46
B7. Nós (Cazuza, Roberto Frejat) 3:10
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